10 Maneiras de saber se a sua jóia é de ouro - Como Identificar se a peça é de ouro
26 de maio de 2021

10 Maneiras de saber se a sua jóia é de ouro - Como Identificar se a peça é de ouro

Porque morder o ouro? É a forma mais fácil e rápida de constatação de que um objeto é de ouro, ele vai ficar marcado porque o metal ouro quando puro é mole e vai ficar marcado. Nas Olimpíadas a tradicional foto dos atletas mordendo a medalha para mostrar que a medalha conquistada é de ouro é a marca de reconhecimento, embora na verdade as medalhas não são de ouro maciço, e sim com revestimento dourado com uma espessura de ouro até que razoável, mas é só um símbolo. A característica que faz com que o ouro seja marcado facilmente é porque o ouro como metal puro é mole e maleável, ou seja se morder, vai marcar. No entanto há outros metais também são moles e podem enganar se a peça estiver somente banhada a ouro.

fonte: https://recordtv.r7.com/rio-2016/

Com tantos artigos dourados tão parecidos com joias, há sempre o desejo de saber de forma prática se uma peça comprada é realmente de ouro. Vamos aqui falar sobre 10 técnicas para constatar se a peça é de ouro:

  • 1-Ouro é maleável - Maleabilidade – é justamente a marca da mordida, se uma peça é de ouro 100% ela é mole, mas não se contente só com este teste, há outros metais que são moles e não são ouro.  Também por este motivo as joias de ouro não são de ouro puro, geralmente elas são fundidas em liga, normalmente liga ouro/cobre/prata, sendo 75% ouro e o restante mistura de metais. E são estes metais que compõe os 25% restantes que são responsáveis pela maior resistência ao desgaste e tonalidade do amarelo, mais rosado (com mais cobre) ou mais esverdeado (com mais prata). A joia de ouro branco contém 75% de ouro e os 25% restantes de metais brancos como prata, paládio e outros.A produção de joias é regida por norma técnica internacional que estabelece o termo ouro 18K para joias que contém o teor mínimo de 75% de ouro. Isto porque o ouro puro 100% é considerado ouro 24K; 18/24 dá 75%. A norma também aceita diferentes teores ou quilates como o 24K, 18K, 14K, 10K e 9K, com teores metálicos correspondentes à proporção 24K igual a 100%. Também é usado pelos joalheiros o termo partes por 1000, por este motivo alguns identificam a joia de ouro 18K como 750/000 (750 partes por 1000).

Fonte: https://adorojoias.com.br/
  • 2 Busque o timbre do fabricante – O ouro é regido por norma internacional e todos os fabricantes colocam o timbre com a denominação 18K ou 750/000, ambas anotações significam a mesma coisa, e qualquer fabricante irá querer marcar seu produto tão especial, para não ser confundido com bijuterias baratas.
  • 3 Ouro não é magnético – De posse de um ímã, as peças podem ser facilmente testadas, o ouro, a prata e o cobre não são atraídos pelo ímã. Já o ferro, aço, níquel e cobalto possuem a propriedade magnética e quando ficam próximos de um ímã há uma atração muito forte. Muitas peças são de ferro banhadas em ouro e por esta propriedade pode descartar facilmente uma peça que não é de ouro maciça.
  • 4 Marca na lixa – Geralmente as peças banhadas possuem espessura de camada de ouro bem baixa, da ordem de alguns micrometros ou mais comum em bijuterias centésimos de micrometros. Por este motivo ao lixar a peça, a superfície da lixa vai conter o metal superficial, mas facilmente irá aparecer as camadas de baixo. Em peças banhadas, no processo galvânico geralmente irá aparecer o níquel, o cobre e a base que se for de latão é amarelo e pode não sofrer magnetismo mas mesmo assim não é ouro. Se for ferro, irá aparecer a base branca e ao mesmo tempo sofrerá magnetismo, mesmo com camadas de metais cobre e ouro na superfície, no caso da base de ferro nem é necessário este teste para descartar a hipótese, o magnetismo dele já denuncia a base.
  • 5 Mistura de cloro com vinagre – Há muitos vídeos disponíveis com este teste, a simples imersão da peça nesta mistura irá provocar uma reação do cloro com metais não nobres como o cobre. Quase que imediatamente a peça sofrerá ataque e ficará manchada ou preta. Já peças de ouro não são atacadas. Mas vale lembrar que a joia de ouro 18K contém cobre e o cobre da liga pode sofrer algum ataque, mas uma limpeza ou polimento da superfície irá tornar a peça nova, já as peças banhadas, sofrerão ataque e corrosão da superfície até a base. Quanto menor o teor de ouro (quilatagem) da jóia mais cobre ela possui na liga e mais suscetível ao escurecimento em contato com o cloro.
  • 6 Solução de ácido nítrico – Este ácido não ataca o ouro, mas ele dissolve totalmente o cobre, prata e outros metais. Se imergir a peça nesta solução e não houver mudança ou for bem pequena trata-se de ouro. Se for outro metal revestido de ouro, começará um ataque muito através da porosidade da camada que quando ultrapassada esta barreira o ataque é bem rápido, podendo chegar a dissolução completa dos metais base, ficando somente uma casquinha dourada sem ataque.
  • 7 Deslocamento de volume e peso -  Lembra daquela fórmula nas aulas de química? Ddensidade = mmassa/Vvolume . De posse de uma balança verificar o peso da peça, depois ver o deslocamento de volume da peça em um recipiente com água (proveta). Sabemos que a densidade do ouro é 19,3 g/cm3 . Se uma peça pesa 10gramas e deslocou 1,5 ml de água, usando a fórmula, temos que a densidade do material é 6,6 gramas/cm3, bem abaixo de 19,3, portanto o material é feito de metal mais leve que o ouro. Por exemplo o peso específico 6,6 gr/cm3 é próximo da liga zamac. Então a peça pode ser de zamac banhada com cobre, níquel e ouro. Peças muito pequenas dificultam a análise de deslocamento de volume.
  • 8 Teste de toque – Este teste é muito antigo, mas até hoje muito usado nas joalherias por se tratar de um teste prático, rápido, barato e confiável, pois consiste no ataque químico do metal em uma placa de toque. Todos sabem que uma das características dos metais nobres é a resistência química. Ou, seja uma peça de ouro pode durar a eternidade, pois nada ou quase nada o ataca. O teste do toque consiste em um kit, facilmente encontrado nas lojas de ourives, que consiste de uma placa jaspe negro (lidita) e uma solução de teste. É possível encontrar soluções para testar várias kilatagens e vários metais nobres, cada solução é formulada para atacar os diferentes kilates.

Foto fonte: https://www.construvolts.com.br/kit-teste-ouro

É um processo experimental que fornece resultados aproximados quanto ao teor de ouro na peça, mas exige experiência da pessoa que irá avaliar. É usado uma peça (por exemplo de ouro 18K) de referência e a peça teste, dois riscos, da peça de referência e do teste com igual tamanho são feitos na placa de toque, a solução reagente é gotejada sobre os dois riscos. Observar o comportamento do ataque que a solução irá provocar nos dois riscos na placa. Se ocorrer ataque por igual, é possível que seja de ouro 18K. Se houver um ataque maior do que o risco de referência é possível que seja de ouro, porém de uma liga mais baixa, neste caso proceder o teste com solução e referência de ouro de menor quilatagem. Se for uma simples camada dourada, o risco praticamente desaparecerá instantaneamente.

Vale observar que se a camada de ouro for muito alta, é possível que o teste de toque não consiga diferenciar camada de ouro de ouro. Neste caso as outras observações como peso/volume, ou provocar um corte ou furar a peça para obter amostra mais profunda ajudam na correta avaliação.

  • 9 Análise por Fluorescência de Raios X -  As análises através dos Raios X tem sido muito promissores para detecção do teor de ouro na liga e também para análises de composição e espessuras de camadas. Através dos raios X é possível em apenas alguns segundos obter a resposta sem danificar a peça. Análises rápidas são possíveis, no entanto da mesma forma que o teste do toque, o equipamento analisa até cerca de 30-40 micrometros, de forma que se houver dúvida quanto a composição da liga no núcleo da peça, é recomendado efetuar o corte e efetuar outra análise. Também para obtenção de resultados perfeitos, é preciso ter uma calibração a partir de ligas conhecidas, o que no caso de investigação de um produto nem sempre temos sua identificação para usar de forma correta a calibração do equipamento. O uso do equipamento de Raios X é extremamente útil para o fabricante que deseja produzir peças dentro de um padrão de qualidade e também para identificações rápidas.
  • 10 Análise química – A análise química, é a prova final para certificar o teor e a composição do material, embora seja uma análise destrutiva e seu uso fica mais direcionado para os casos de recuperação do metal precioso contido.

Conclusão

Sempre que houver necessidade de buscar conhecer se o material em mãos é realmente de ouro ou somente banhado, a recomendação é fazer uso das várias técnicas aqui apresentadas e não somente uma delas, desta forma uma constatação reforça a outra e assim se pode chegar mais próximo do resultado desejado.

Em alta

WILMA AYAKO TAIRA DOS SANTOS

WILMA AYAKO TAIRA DOS SANTOS

Possui graduação de Bacharel em Ciências com Habilitação em Química e Atribuições Tecnológicas pela Faculdade de São Bernardo do Campo (FASB), 1980. É Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), 2011. Atua na ABTS - Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície desde 1994, foi presidente na gestão 2010-2012, foi coordenadora do EBRATS 2015 - 15º Encontro Brasileiro de Tratamentos de Superfície e IV INTERFINISH Latino Americano, foi Diretora Cultural nas gestões 2004-2006 e 2007-2009, atualmente é vice Diretora Cultural. É consultora técnica e representante comercial.

Notícias relacionadas

Este site usa cookies do Google para fornecer serviços e analisar tráfego.Saiba mais.